O Dia da Luta Antimanicomial, comemorado no dia 18 de maio, visa a combater o isolamento e tratamentos agressivos da pessoa com sofrimento mental, além das violações dos direitos humanos. O Movimento Antimanicomial reforça à sociedade que, como qualquer cidadão, pessoas com sofrimento mental têm o direito fundamental à liberdade de escolhas, além do direito a receber cuidado e direito à saúde mental.
“O relacionamento com a loucura, por séculos, foi marcado por uma lógica de exclusão caracterizado por intermináveis internações psiquiátricas e violência. A Reforma Psiquiátrica com a Luta Antimanicomial, na década de 80, veio questionar esse modelo de assistência e reivindicar uma assistência humanizada, em liberdade e no território com conexão com a sociedade e a cultura, compreendendo o sujeito em sofrimento psíquico para além de sua patologia. Na pandemia, pudemos vivenciar o que o isolamento pode provocar na nossa saúde mental. O quadro ganha proporções ainda muito piores se imaginarmos esse isolamento associado a práticas de tortura, negligência e violências. A Luta Antimanicomial propõe o resgate da cidadania, historicamente negada aos indivíduos em sofrimento mental, defende a inclusão e expressa o desejo à diversidade. Além disso, também se reivindica a garantia de circulação na cidade por todos, ao estudo, lazer, esporte, cultura e tudo que cabe a qualquer cidadão.
A Terapia Ocupacional tem uma história marcada pelo ativismo social e a luta junto com movimentos sociais. Assim, o desafio do terapeuta ocupacional é cuidar de quem adoece de forma situada, de modo a oferecer lugares de passagem quando o sofrimento se encontra no âmbito do insustentável, mas também auxiliando esses indivíduos para novas construções sociais. Não se trata apenas de ter liberdade para circular efetivamente, o ir e vir, mas de defesa a presença do diferente em múltiplos espaços sociais e que isso se efetive abrindo espaço novas formas de existir”, ressalta a Dra. Thaís Thaler Souza, terapeuta ocupacional, conselheira do CREFITO-4 MG e membro da Comissão de Saúde Mental do conselho.
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